A FESTA DA IGUALDADE


Domingo, 03 de outubro de 2010. Aproxima-se a data em que mais uma vez o povo brasileiro irá às urnas, seja por espontaneidade ou obrigação, exercer o direito ao voto.

É uma data especial! Talvez o único dia do ano ou do biênio onde a igualdade e o valor humano prevalecem com mesmo valor matemático entre todos os brasileiros, independente de raça, cor, classe econômica, credo, crença, currículo e classe social.

Homens e mulheres que sofrem, lutam, esforçam-se com as agruras do dia-dia, vão às urnas pelo mesmo caminho que as elites, poderosos, detentores de grande poder econômico e tantas vezes, escritores da verdade.

Trata-se de uma grande festa preparada nos moldes da democracia. Os que tocam usaram do direito de divulgar, antecipadamente, propostas, idéias, apelos, denúncias e mensagens típicas de cada um, pouco ou muito criativas. Os que dançam contam com a liberdade para escolher o ritmo que considerar mais ideal, sendo que muitos acabam optando pelo único passo que a vida, cruel ou significativa, lhe permitiu saber bailar.

Este é o dia em que habitantes das palafitas, moradores dos becos, guetos e favelas, a massa dos bolsões populares e a gente humilde do campo sairão de seus ranchos destinados a exercerem o mesmo direito que moradores das grandes mansões de luxo dos centros urbanos brasileiros que residem entrelaçados por mãos e olhos de guardiões e seguranças, além das muralhas com cerca elétrica.

No âmbito nacional, o 03 de outubro interrompe a desigualdade que se avista, e este ano, em especial, provocará tensão e risos nos apostadores e apreciadores do bom papo brasileiro, expectativas das mais diversas. Entre elas, a sobrevivência de estatísticos ou gramáticos. Serra, se eleito ou mesmo se elevado a um segundo turno, estarão desempregados, por um bom tempo, os estatísticos, não apenas pelas evidentes pesquisas que por hora permeiam, mas também porque o valor do salário mínimo já está calculado e o resultado é muito exato e de rombo, como alguns birram: R$ 600,00. Dilma, se eleita, os gramáticos entrarão em cena e prosperarão em vastas teses de pesquisas a fins de explicarem o chavão correto a ser pronunciado nos telejornais: a Presidente ou a Presidenta Dilma.

Com o voto ainda obrigatório, mas teoricamente livre e soberano, mesmo considerando que parte do eleitorado nos tempos atuais ainda seja persuadido diante dos poderes econômicos e políticos, as urnas estão preparadas para recepcionar, em todo o país, 130.469.549 (cento e trinta milhões, quatrocentos e sessenta e nove mil, quinhentos e quarenta e nove) eleitores.

Na Bahia são 9.550.898 (nove milhões, quinhentos e cinqüenta mil, oitocentos e noventa e oito) eleitores. Em nosso município de Anguera estão aptos a exercer o direito ao voto exatamente 7.899 (sete mil, oitocentos e noventa e nove) eleitores.

Que vença a democracia nesta Festa da Igualdade onde todos os brasileiros acima de 18 anos foram convidados a bailar por obrigação, e ainda de quebra muitos com exatos 16 e 17 anos terão acesso franqueado.

Márcio Vasconcelos
Professor

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