O APOGEU DO RETIRANTE


Parece mesmo que as maiores tensões da Campanha Eleitoral para Presidência da República já ganharam palco e saíram de cena, não restando mais qualquer novidade. Assim, o pleito está mesmo definido!

Foi o apólice de Dilma em meado do Horário Político no primeiro turno, quando cogitou-se até que a equipe tucana estava por “jogar a tolha”. Foi a franzina Marina abocanhar simpatia pelo país afora com um discurso intelecto-social da estrutura que se sonha com a máquina público ao se estar fora do poder. Foi a acessão do Serra e a queda da Dilma, quando o Lula descansou das campanhas que elegeu governadores, senadores e deputados pelo Brasil afora, numa avalanche, construindo futura estrutura de poder nas bases do Congresso Nacional, e testou o prestigio próprio da sua candidata arriscando-a até o limite.

Por quatro meses o Brasil assistiu a mais desinteressada campanha presidenciável. A força de Serra, se é que se pode afirmar que houve, veio muito mais da inexpressiva segurança do discurso de Dilma. Por sua vez, a liderança de Dilma, abalada não mais que por uma semana, resplandeceu-se sempre na fala do fenômeno Lula.

Fatos extras, fora do campo e das ações diretas das candidaturas, ensaiaram-se no campo de batalha, mas nada que mudasse o rumo morno ou quase frio do pleito. Suposto “caixa 2” na Casa Civil, quebra de sigilo, inexpressivo “derrame tucano”, lembranças do mensalão, imagens de Dirceu e, por fim, agressão ou mesmo simulação de conflito contra Serra.

Nada, absolutamente nada, parafraseando uma verdade bíblica, houve de separar a aprovação de 82% ao Governo Lula do favoritismo de Rousseff.

Sem chances de maiores novidades e um com um ensaio de ameaça que se revelou impotente, não há mais que se duvidar. Domingo próximo, dia 31 de outubro, a partir das 17 horas, as páginas da História do Brasil passarão a registrar sua Primeira Presidenta (ou Presidente) mulher! Que os canais de televisão cuidem logo de buscar os historiadores para mais cedo ou mais tarde, a depender da agilidade do TSE apresentar programas especiais mostrando a vida da primeira mulher a governar o país verde-amarelo e já nascer na política herdando grande poder mundial.

Talvez, façanha de marco histórico, ainda precoce às ações do seu governo tem Dilma como atora ou atriz! Façanha, por ser mulher! Muito avanço em poucos anos de democracia, uma geração jovem que chega a ver a luta pelas eleições diretas e ainda jovem, contempla muito mais que isso... O que... A biografia que está aos olhos de todos!A democracia avançou, ainda que Dilma seja presidente muito mais por ser a candidata de Lula do que por uma consciência política que amadureceu o país a dar chance à mulher governar.

O retirante nordestino, sem pai, desabrigado na capital paulista, o sem-escola, sobrevivente da sorte de um bilhete premiado perdido pelas ruas da “grande capital”, um condenado à exclusão, depois assalariado, operário e sindicalista, passageiro ansioso de um pau de arara que percorreu todo o nordeste, o contradiz do “berço esplêndido” que se canta no Hino Nacional, chega ao apogeu da Presidência da República, ganha notoriedade no mundo, respeito entre brancos, pretos, pardos, ateus, religiosos e a gente extrema e diversa do planeta, pai dos pobres, escada da classe média e estadista dos ricos, transferirá, domingo que vem, quase que automaticamente, nas urnas mais confiáveis que há no Planeta Terra, o poder de governar o Brasil à Dilma Vana Rousseff Linhares, com as bênçãos do povo brasileiro.


Márcio Vasconcelos
Professor e Colunista do Anguera Online

Um comentário:

  1. parabens marcio por sua mais este segundo turno ninguem mostrou plano de governo nem DILMA NEM TÃO pouco SERRA FOI debatido PAULO PRETO X ERENICE E A legalização do aborto acho que dicussão deveria ser mais abrangente

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