A SECA NO “CHÃO NORDESTINO” DE ANGUERA

Por toda zona rural o panorama visto são pastos secos, pedras sltas e expostas em mistura ao chão batido, enquanto somente o mandacaru resiste e apresenta fruto

O dia amanhece. Às vezes até meio frio, mas por detrás das nuvens, vem o brilho do sol, que mais tarde se torna escaldante.
Seria um belo espetáculo natural, caso não configurasse a triste seca no sertão.
São seis meses de seca no calendário nordestino. Falta água e “comida para os bichos”, como diz o homem do campo.
Famílias que sobrevivem da agricultura familiar não fizeram este ano o plantio do tradicional milho e feijão, produtos mais cultivados na zona rural de Anguera. Geralmente a plantação ocorre entre março e abril.
Gado magro, quase desfiando aos olhos de quem contempla. Pastos secos, terra solta e pedras expostas. Riachos sem água e açudes em baixo nível, estão rodeados por lama endurecida que constituiu torrões de barro.

O gado demonstra sofrer com a falta de comida
Pelo ar, nos finais de tarde, pássaros sobreviventes ao tempo quente passam em revoadas, porém sem força no canto.
Em volta das humildes casas do campo, galos e galinhas bicam o chão tosco, faltando grãos de milho para se alimentarem. O cisco se mistura à seca terra.
De que mais vive o homem do campo? De fé e esperança na chuva!
Na Fazenda Jenipapo, uma dona de casa abre a janela, reclama o menino inocente, olha de longe um trator aprofundando o espaço do açude e clama por chuva forte.
Na comunidade do Roçado, o lavrador bate a enxada no pedaço limpo do solo sem chances de escoar qualquer umidade.
Região do Ariri, Barra, Massapê, Jenipapo, Areia, Brejo, Boa Esperança, Carro Quebrado, Caraíbas, Paraíso, Cancela Preta, Abobreira, Cajá, Jacobina, Mussuca, Guaribas, Lage, Serra do Roçado, Santa Rosa, Caldeirão, Queimada, Cajueiro, Nova Brasília e Queimadinha. A zona rural de Anguera, bem como em tantos outros municípios do sertão, as famílias do campo estão sofrendo com a seca que persiste.

O resto de água que ainda há nas fontes, mistura-se com lama e barro

REFLEXOS NA CIDADE
Na cidade, a escassez de água fornecida pela EMBASA, a carência de alimentos do campo, a falta do leite de gado, bem como o preço da carne e do feijão, são reflexos da seca para as famílias urbanas.
O município de Anguera tem, nos últimos anos, experimentado a transição da migração de famílias do campo para a cidade. Assim foi que surgiram, em pouco tempo, diversos novos loteamentos à volta das ruas mais velhas que rodeavam, antes sozinhas, a Praça Arthur Vieira.
Certamente, nesta época seca a população sente os reflexos negativos desta realidade presente no sertão.

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
A Prefeitura Municipal decretou Situação de Emergência, no mês de fevereiro. 
Em março, houve reconhecimento da emergência por parte do Governo do Estado.
O decreto se baseia no baixo índice pluviométrico que vem registrando o município, o que significa carência de chuva. Conforme descreve o documento, “o município vive uma situação anormal nas áreas rurais atingidas por estiagem, provocando ao homem do campo, a falta de água para consumo humano, de animais e da cultura, entre outras”.
Por toda zona rural o panorama visto são pastos secos, pedras sltas e expostas em mistura ao chão batido, enquanto somente o mandacaru resiste e apresenta fruto
Outra realidade reconhecida no decreto é que a seca inviabilizou o desenvolvimento da principal atividade econômica do município, aumentando assim o índice de desempregados.

Um comentário:

  1. Para quem não sabe a Presidenta Dilma disponibilizou verbas para o produtor familiar, verbas de até 12 mil reais para ajudar o povo . Os interessados devem procurar o benco do Nordeste na cidade de Feira de Santana e se informar melhor é um dinheiro sem burocracia alguma está disponível para todo produtor familiar.

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