O governo de São Paulo
informou nesta quinta-feira (7) que a CoronaVac registrou 78% de eficácia nos
testes clínicos feitos no Brasil. A vacina contra a Covid-19 é desenvolvida
pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
Ainda de acordo com o
governo, a vacina garantiu a proteção total (100%) contra mortes, casos graves
e internações nos voluntários vacinados que foram contaminados.
Os detalhes serão
apresentados em coletiva de imprensa às 12h45.
O estudo conclusivo mede a
taxa de eficácia do imunizante comparando quantos casos confirmados ocorreram
nos voluntários que receberam placebo e quantos naqueles que tomaram a vacina.
Com o resultado, o Butantan
deve enviar ainda nesta quinta à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) o
pedido de autorização para o uso emergencial e o registro definitivo da vacina
no país. A expectativa é a de que os dados sejam analisados em até dez dias.
EFICÁCIA
Na prática, se uma vacina
tem 78% de eficácia, isso significa dizer que 78% das pessoas que tomam a
vacina ficam protegidas contra aquela doença. A taxa mínima recomendada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e também pela Anvisa é de 50%.
No final do ano passado, a
Turquia informou publicamente ter chegado ao percentual de 91,25% de eficácia
da CoronaVac em testes preliminares feitos com 1,3 mil voluntários.
A CoronaVac usa vírus
inativados. Esta técnica utiliza vírus que foram expostos em laboratório a
calor e produtos químicos para não serem capazes de se reproduzir.
ANÁLISE
Em entrevista ao G1, a
microbiologista Natália Pasternak disse considerar o índice
"excelente". Ela explica que já era esperado que a CoronaVac tivesse
uma eficácia menor que as outras vacinas - porque ela é uma vacina de vírus
inativado; já as da Pfizer e da Moderna usam a tecnologia de RNA mensageiro.
"A vacina inativada não
consegue provocar uma resposta tão completa. É esperado que ela tenha uma
eficácia menor. A eficácia de 78% da CoronaVac, ao que tudo indica, é uma
eficácia excelente e compatível com uma vacina de vírus inativado. Com uma boa
campanha, vai ser uma ótima vacina para o Brasil", afirma.
A vice-presidente do
Instituto Sabin de Vacinas, Denise Garrett, explica que o vírus inativado induz
uma resposta imune para todo o vírus - e não só para a proteína S, que é a que
ele usa para entrar na célula.
"Você tem a produção de
anticorpos para todas as proteínas na superfície do vírus. É como se diluísse a
resposta imune - para isso, eles usam adjuvantes, nesse caso, o alumínio",
afirma. Os adjuvantes servem para reforçar a indução da resposta imune gerada
pela vacina.
Fonte: G1