O final inusitado da última
Maratona de São Silvestre, realizada em 31/12/19, na qual o Kibiwott Kandie
(Quênia) ultrapassou Jacob Kiplimo (Uganda) nos últimos segundos da prova, me
trouxe algumas preciosas lições e ao mesmo tempo me deixou com a mente meio
confusa.
A confusão mental se deu
porque sou parte de uma sociedade performática e competidora, na qual estarão
sob os olhares dos holofotes midiáticos apenas os campeões, os vencedores, os
fora de série, os triunfalistas, que olham sempre para a frente, que não
desistem, que não recuam.
E essa tirania está
impregnada, encrustada em todos os segmentos da sociedade. Não há espaço para
os que recuam, para os que olham para trás.
Pois bem, o ugandês foi
derrotado justamente por não ter olhado para trás. Aí gera uma confusão!
Afinal, devemos ou não olhar para trás? Se sim, para quê? Daquela atitude de
Jacob vieram as lições absorvidas por mim e torço pela absorção das mesmas por
outras pessoas. Aprendi que olhar para trás nos ajuda a saber do lugar onde
estamos.
Nos leva a lembrar do lugar
de onde viemos e que outras pessoas foram importantes no processo das nossas
conquistas (somos tentados, consciente ou inconscientemente a esquecer). Nos
faz abrir os olhos para a realidade de que não somos os soberanos e que há
pessoas atrás de nós, que são capazes de nos superar (talvez muito mais em
razão da nossa megalomania “jacobiana” assoberbada do que pelos “kibiwotts”).
Assim sendo, concordo de que
ficar fixado ao passado (tenha sido ele bom ou ruim) pode ser um fator
paralisante. Mas deixar de olhar para trás, poderá nos fazer perder
oportunidades que talvez nunca mais estarão ao nosso alcance. E aí, é possível
chegar à conclusão da razão de você não ter cruzado a linha de chegada em
primeiro lugar na sua “maratona existencial”?
Pr. André Pereira de
Brito
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