Um relatório da
Secretaria de Estado de Massachusetts, EUA, divulgado nesta terça-feira (15)
afirma que a Telexfree é uma pirâmide financeira que arrecadou cerca de US$ 1,2
bilhão em todo o mundo. No documento, as autoridades pedem o fim das atividades
da empresa, a devolução dos lucros e o ressarcimento das perdas causadas aos
investidores, chamados de "divulgadores".
"Embora
apresentado como uma mudança de paradigma em telecomunicações e publicidade, a
Telexfree é meramente uma pirâmide velada e um esquema Ponzi que tem como alvo
a trabalhadora comunidade brasileiro-americana", diz a denúncia assinada
pelo secretário William Galvin para ler a íntegra do documento, em inglês).
No documento de
quase 50 páginas, as autoridades de Massachusetts, onde fica a sede da
Telexfree, afirmam que a empresa montou um esquema ilegal de venda fraudulenta
de títulos e pedem a abertura de uma ação judicial para que sejam
interrompidas as atividades da empresa e que os investidores sejam compensados por
suas perdas.
Segundo o
relatório da investigação, dos cerca de US$ 1,2 bilhão que o grupo faturou de
janeiro de 2012 a fevereiro de 2013, apenas US$ 238 milhões vieram da venda de
pacotesde telefonia VoIP (por meio da internet).
O documento
destaca que a empresa prometia retorno de 200% a 250% aos
"divulgadores", que compram e revendem pacote de contas e
"recrutam" novos revendedores."Usando
várias contas de bancos e entidades relacionadas, a Telexfree já arrecadou mais
de US$ 90 milhões em Massachusetts e cerca de US$ 1 bilhão no mundo",
afirma a secretaria Massachusetts.
A denúncia
acontece um dia após a empresa anunciar que ingressou um pedido de concordata
no Tribunal de Falências do Distrito de Nevada. Com a ação, as autoridades de
Massachusetts tentam proteger alguns ativos para eventual ressarcimento das
vítimas - um esforço que poderá ser frustrado caso o pedido de recuperação
judicial seja aceito pelo Tribunal de Nevada. A corte ainda não apreciou as
solicitações. As audiências estão previstas para os próximos dias.
Os representantes da Telexfree no Brasil não foram localizados pelo G1 para comentar o assunto. Desde segunda-feira (15), a reportagem deixou recados no escritório do advogado da empresa, Horst Fuchs, e enviou e-mails para a Telexfree no Brasil e nos Estados Unidos, mas não obteve retorno.
Após a
divulgação do resultado das investigações do governo de Massachusetts, o site
internacional da empresa saiu do ar. Segundo um comunicado, a página está em manutenção.
A empresa
sempre negou a prática de pirâmide ou qualquer irregularidade. Em comunicado
divulgado na sua página internacional na segunda-feira (14), o presidente
interino da Telexfree, Stuart A. MacMillan, defendeu a recuperação judicial da
empresa. "Esperamos que o nosso negócio vai continuar a operar, e tudo
faremos para apoiar os nossos associados de vendas e clientes com novos
produtos e melhoria dos serviços, incluindo os serviços de VoIP que estão se
expandindo para alcançar mais de 70 países", afirmou.
As atividades
da empresa no país estão suspensas desde junho de 2013, por determinação da
Justiça do Acre, por suspeita de prática de pirâmide financeira. Em fevereiro,
a Telexfree teve negado pela segunda vez seu pedido de recuperação judicial no
Brasil. Para a Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo
(TJ-ES), a empresa não poderia fazer o pedido por ter menos de dois anos de
atividade.
Fonte: G1
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