MORRE A MULHER QUE DERRUBOU A TELEXFREE

Nicole Gonzales, promotora do caso Telexfree

A promotora Nicole Gonzalez, do Ministério Público Estadual (MPE) do Acre, morreu vítima de disparo de arma de fogo no início da noite deste domingo em seu apartamento em Rio Branco, no condomínio Florença, próximo a Uninorte.

Nicole Gonzalez Colombo Arnoldi atuou no caso Telexfree e atualmente estava lotada na Promotoria de Justiça do município do Bujari. Anteriormente atuou na Promotoria de Tarauacá (2002).

Segundo informações preliminares vizinhos ouviram disparos de arma de fogo e há suspeita de suicídio. Informação extra oficial diz que há marca de tiro na cabeça. O IML já se encontra no edifício.

O Procurador Geral de Justiça, Oswaldo D'Albuquerque Neto, se dirige ao local.
Nicole Gonzalez  era graduada em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e pós graduação pela Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus e mestra em Direito pela a UNESP, onde apresentou a dissertação Ministério Público: instrumentos extrajudiciais e a implementação de políticas públicas. Ingressou nos quadros do MPAC há seis anos

A reportagem do ac24horas conversou com o coronel reformado da Polícia Militar, Romário Célio, que foi encontrado na madrugada desta segunda-feira, 30, na funerária São Francisco, cuidando dos procedimentos fúnebres. Bastante comovido, o coronel relatou a reportagem que a jovem promotora foi vítima de um disparo de arma de fogo, partido possivelmente, duma pistola, modelo Glock 380, que foi encontrada próximo ao corpo.

Romário César disse que ainda não é possível afirmar, categoricamente, que a causa da morte tenha sido suicídio até seja concluso o laudo pericial e o inquérito investigativo.

“Quando temos uma morte por arma de fogo, a última tese que temos é a de suicídio. Tecnicamente somente a perícia pode apontar a causa da morte. A gente pode olhar assim e dizer que foi um suicídio, mas só quem pode afirmar isso é a perícia. Quando alguém é vítima de um sinistro por mais claro que possa parecer temos, por obrigação, que nós cercar de todas as informações para poder afirmar categoricamente qual foi a causa da morte. Somente após realizado todos os procedimentos, inclusive o de exame de balística e de pólvora é que se terá um laudo conclusivo e oficial”.

Promotores teriam chegado primeiro a cena do crime

Ainda em entrevista, o coronel Romário César esclareceu algumas polêmicas envolvendo a morte da promotora. Segundo relato do coronel, dois promotores teriam se dirigido ao apartamento da vítima momentos antes do disparo. Pressupõem-se que ambos (promotores) tentava impedir a morte da colega, que supostamente havia ligado para um deles se despedindo antes de tirar a própria vida.

Ao chegarem ao local, os promotores citados por Romário Célio, Thales Fonseca Tranin (Vara de Drogas do MPE-AC) e Eliane Misae Kinoshita, da Promotoria de Justiça Cível de Entrância Final, temeram que algo pudesse ter acontecido, já que Nicole não respondia mais ao telefone, então decidiram arrombar a porta do apartamento, onde se depararam com o corpo de Nicole Gonzales já sem vida, caído próximo a cama.

Em seguida, os promotores teriam acionado à polícia. O delegado plantonista da Delegacia de Flagrantes (DEFLA), Fabio Piviane, compareceu à cena do crime, onde adotou as medidas emergenciais, a fim de preservar o corpo da vítima e a cena do crime.

Delegado é orientado a não fornecer informações à imprensa sobre a morte da promotora
Em entrevista ao ac24horas, Piviane informou que o caso já está sob a responsabilidade do secretário de Polícia Civil, Carlos Flávio Portela, que indicará o delegado que comandará as investigações. Piviane informou ainda que o prazo para a conclusão do inquérito deverá ocorrer entre 15 a 30 dias.

Demonstrando bastante pesar, o delegado plantonista informou ainda que foi instruído a não repassar quaisquer informações sobre o caso à imprensa.

“Meu trabalho foi somente quanto a adoção dos procedimentos iniciais. Estive lá, isolei a área, preservei intacta a cena e o corpo da vítima até a chegada dos peritos, interroguei as primeiras testemunhas e preservei o local, de modo que os peritos pudessem realizar a perícia. Agora, o caso será repassado ao delegado responsável, a ser designado pelo secretário, que conduzirá a investigação”, salientou Piviane ao destacar que “sabia de tudo que aconteceu no local do crime, porém não estava autorizado a falar sobre o caso”.

Emocionado, delegado compara corpo de promotora a fragilidade de um pássaro desprotegido e descarta homicídio
Ao falar sobre sua primeira impressão ao se deparar com a cena, o delegado se emociona e compara o corpo de Nicole a de um pássaro desprotegido.

“Eu num vi uma mulher na cena do crime, eu vi ali como se fosse um pássaro, que tivesse sido atingido por uma baladeira de estilingue. Não parecia uma mulher…ela era muito, muito delicada, frágil mesmo…impressionante, muito impressionante o que vi ali”, disse emocionado ao relembrar a cena.

Piviane lamentou a morte prematura da promotora e criticou a ausência de cuidados diante do evidente quadro depressivo da vítima. Segundo o delegado, a falta de atenção e assistência por parte de familiares, amigos e colegas de trabalho e da sociedade em geral teria contribuído diretamente para o ocorrido.

“Foi uma falta de atenção muito séria frente aos sintomas demostrado pela vítima envolvendo quadro depressivo avançado. Considero que a doutora Nicole dificilmente, quase impossível, ela ter sido vítima de homicídio. Tudo que foi colhido, tudo que foi investigado e ainda está sendo investigado aponta para um suicídio”, conclui Piviane. Fonte: Acre24horas

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